01/08/2014

 O novo, a novidade... um convite que ñ posso recusar

A impulsividade tão característica do meu ser, já não cabe mais em mim

e me extrapola, me transborda, de tal maneira que não consigo evitar.

E em ritmo frenético, a corrida não tem mais tantos detalhes

nem os sórdidos, nem os singelos

vou deixando passar por mim, os momentos, as coisas, as pessoas

como se nada pudesse ser tão meu que não precisasse ter medo.

Ah, o medo...

nos faz apressar as desgraças de tal maneira

que um futuro relativo a ações se torna um fardo nato, uma sina

e chamamos de destino a nossa falta de sabedoria...

mas veja só!!!

Contra o tempo, à minha maneira,

tento ñ acordar um dia e ver que se passaram anos

sem q eu tivesse feito qualquer coisa de real significado e importância

se não para o mundo, ao menos para mim.

O que ignoro é q o tempo sempre, sempre passa

e correndo eu não vejo o ciclo da Lua, ou a aparente Rotação do Sol.

São meras tentativas frustradas e inacabadas,

que vão moldando um ser sem molde, sem essência, sem certezas...

São meras tentativas.


Franjos

16/06/2015

 Na secura das folhas,

uma beleza triste,

Singela...

Uma lembrança de algum tempo,

(Ou seria de um lugar?)

Onde a mente não consegue mais voltar...

Será este sentimento uma saudade?

Será uma saudade...

da própria pureza e ingenuidade

Que outrora habitara em nossa vista?

Uma pureza tal, onde não caberia a própria saudade,

Essa armadilha, onde amarramos nossa própria vontade

A tudo o que é efêmero, incerto, passageiro...

Os ventos que levam as folhas,

Podem, com efeito, nos remeter às almas livres

Que se movem sem amarras, pairando numa dimensão

Em que a matéria não as pode mais alcançar,

e não mais os males as poderiam tragar.

À espera, pelos dias que vem chegando,

Cada vez mais secos, cada vez mais frios,

Cada vez mais escuros...

As folhas, sagazes, 

soltam-se no vento,

Rumo ao infinito.

Enquanto os galhos, nus,

Lançam mão de suas vestes,

E se permitem serem vistos,

Desde as suas entranhas...

Para serem curados.

E após todas essas coisas,

Folhas, galhos, ventos...

todos se dirigem a um único e novo tempo,

Pois eis, que tudo se fez novo.

Colhendo as flores de cada dia,

Gerando frutos, segundo a sua semente,

Conforme lhe foi plantada,

Cada um, à sua medida...

Crescendo em busca Do Sol.

Que assim, O Sol nasça magnífico,

Em cada horizonte!

Iluminando a escuridão de cada Imagem!

Assemelhando a criatura ao Criador,

para que possa ser plenamente.

Para que possa ser plena.

Para que possa... ser.

24/04/2014

 Estou perdendo...

Pois já perdi muito,

e já perdi o que parecia ser tudo

e eu perdi a mim mesmo,

naquilo que hoje chamamos de perdição.

Então, estou perdido

e não sei mais em que direção meus pés caminham

e já não tenho mais o poder de decidir para onde ir

pois as perdi tbm, a liberdade, a autonomia...

E perco a vaga, perco a chance, perco a cabeça

E quando é menos viável possível, perco até mesmo o sono

pensando em como não perder mais nada

pois quando olho para mim, acho que estou mesmo no limite

Mas continuo perdendo... e o que mais perco são pessoas

e às vezes perco até o interesse por elas

às vezes perco até o interesse na vida, como um todo

me vejo no espelho, de olhos fundos, espantado comigo mesmo

ao pensar que tudo não passa de uma enorme perda de tempo

tentando achar um lugar que me caiba,

sem sobrar nem faltar nada de mim.

Acho que, agora, talvez você entenda

que eu perdi quase todo o senso de humor e de realidade

e que perdi também a bússola e os remos

e as tempestades que me aproximam da Terra

são as mesmas que me devolvem à Lua

e ao sono... e ao sonho... ao pesadelo.


Franjos