16/06/2015

 Na secura das folhas,

uma beleza triste,

Singela...

Uma lembrança de algum tempo,

(Ou seria de um lugar?)

Onde a mente não consegue mais voltar...

Será este sentimento uma saudade?

Será uma saudade...

da própria pureza e ingenuidade

Que outrora habitara em nossa vista?

Uma pureza tal, onde não caberia a própria saudade,

Essa armadilha, onde amarramos nossa própria vontade

A tudo o que é efêmero, incerto, passageiro...

Os ventos que levam as folhas,

Podem, com efeito, nos remeter às almas livres

Que se movem sem amarras, pairando numa dimensão

Em que a matéria não as pode mais alcançar,

e não mais os males as poderiam tragar.

À espera, pelos dias que vem chegando,

Cada vez mais secos, cada vez mais frios,

Cada vez mais escuros...

As folhas, sagazes, 

soltam-se no vento,

Rumo ao infinito.

Enquanto os galhos, nus,

Lançam mão de suas vestes,

E se permitem serem vistos,

Desde as suas entranhas...

Para serem curados.

E após todas essas coisas,

Folhas, galhos, ventos...

todos se dirigem a um único e novo tempo,

Pois eis, que tudo se fez novo.

Colhendo as flores de cada dia,

Gerando frutos, segundo a sua semente,

Conforme lhe foi plantada,

Cada um, à sua medida...

Crescendo em busca Do Sol.

Que assim, O Sol nasça magnífico,

Em cada horizonte!

Iluminando a escuridão de cada Imagem!

Assemelhando a criatura ao Criador,

para que possa ser plenamente.

Para que possa ser plena.

Para que possa... ser.