Na secura das folhas,
uma beleza triste,
Singela...
Uma lembrança de algum tempo,
(Ou seria de um lugar?)
Onde a mente não consegue mais voltar...
Será este sentimento uma saudade?
Será uma saudade...
da própria pureza e ingenuidade
Que outrora habitara em nossa vista?
Uma pureza tal, onde não caberia a própria saudade,
Essa armadilha, onde amarramos nossa própria vontade
A tudo o que é efêmero, incerto, passageiro...
Os ventos que levam as folhas,
Podem, com efeito, nos remeter às almas livres
Que se movem sem amarras, pairando numa dimensão
Em que a matéria não as pode mais alcançar,
e não mais os males as poderiam tragar.
À espera, pelos dias que vem chegando,
Cada vez mais secos, cada vez mais frios,
Cada vez mais escuros...
As folhas, sagazes,
soltam-se no vento,
Rumo ao infinito.
Enquanto os galhos, nus,
Lançam mão de suas vestes,
E se permitem serem vistos,
Desde as suas entranhas...
Para serem curados.
E após todas essas coisas,
Folhas, galhos, ventos...
todos se dirigem a um único e novo tempo,
Pois eis, que tudo se fez novo.
Colhendo as flores de cada dia,
Gerando frutos, segundo a sua semente,
Conforme lhe foi plantada,
Cada um, à sua medida...
Crescendo em busca Do Sol.
Que assim, O Sol nasça magnífico,
Em cada horizonte!
Iluminando a escuridão de cada Imagem!
Assemelhando a criatura ao Criador,
para que possa ser plenamente.
Para que possa ser plena.
Para que possa... ser.